
A tecnologia é fundamental, mas nada substitui o olho no olho, o apertar de mãos e o calor humano nos eventos corporativos!
Mercado Mice
por Rose de Almeida
Não importa em que setor você trabalha, em algum momento você já participou de uma reunião. Já viajou para a convenção da empresa ou foi convidado para um congresso com a presença de executivos e palestrantes de outros estados ou países para compartilhar experiências sobre a sua atividade. Pode ainda ter visitado uma feira de negócios no Anhembi, no São Paulo Expo, no Center Norte ou em qualquer pavilhão de exposições das grandes capitais. Pode até ter viajado para fora do país para conhecer as novidades em produtos e serviços do segmento em que sua empresa atua.
Ao participar desses eventos e navegar pelas letrinhas do acrônimo M.I.C.E. (Meetings, Incentives, Conferences e Exhibitions), ajudou a movimentar essa roda econômica utilizando os serviços da companhia aérea, da hospedagem, do transporte, dos restaurantes, das compras e até mesmo do lazer ao aproveitar uma horinha entre uma reunião e outra para visitar um monumento ou dar uma chegadinha num museu famoso.
Então, independente do ramo de negócios em que você trabalha, e da frequência com que se desloca a trabalho, está incentivando, motivando e participando dessa imensa indústria das viagens corporativas, desenvolvida por gente muito competente e preparada para lhe oferecer sempre a melhor experiência, não importa em que destino esteja.
Os meeting planners, de forma estratégica, dão forma aos eventos com jogo de cintura, criatividade, organização, noites sem dormir, planejamento e muito suor para garantir que qualquer tipo de evento surpreenda, emocione, impacte e engaje os participantes. Ao mesmo tempo em que precisam atender um orçamento apertado, uma logística muitas vezes insana e fazendo com que o evento cumpra todos os objetivos da marca patrocinadora. Ou seja, o setor de eventos não é para amadores e está longe de ser um setor informal ou sem indicadores de desempenho, impacto social ou retorno de investimento.
Então, quando os profetas do amanhã afirmam que a tecnologia é uma das tendências irreversíveis e estará cada vez mais impregnada nessas atividades eu concordo e discordo. Primeiro, concordo que processos e ações serão realmente melhorados a partir da simplificação e da automação de algumas atividades como busca, compra, agendamento, inscrição, emissão de crachás, check-in e envio de arquivos e streaming, por exemplo. E que experiências mobile, inteligência artificial, criptomoedas, robôs, projeção mapeada e tantos outros recursos gráficos e de áudio e vídeo vão expandir nossos sentidos.
Contudo, discordo que toda essa parafernália tecnológica vá se sobrepor ao calor humano dos eventos corporativos, das conferências e festivais. Pode ser um fórum, um congresso, um summit, uma jornada, uma mesa redonda, um painel, um simpósio, uma simples palestra ou qualquer outro tipo de evento: sem a participação, a troca e o envolvimento das pessoas nada acontece.
O olho no olho, o apertar de mãos, a voz, o abraço ou simplesmente o puxar conversa com alguém desconhecido no café são ações insubstituíveis e me fazem ter certeza de que não importa o tamanho do evento, não importa a quantidade de temas ou de palestrantes nem o tipo da tecnologia envolvida, o melhor conteúdo, hoje e no futuro, continuará sendo mesmo o das pessoas.