
- por Ricardo Hida
Coleciono frases e expressões divertidas de diferentes países. Cada povo tem expressões que traduzem um jeito único de olhar e interpretar a vida. Nesse sentido, amo a expressão omotenashi, que em japonês traduz códigos de hospitalidade. Na Itália, sou fascinado pela sprezzatura.
No francês, minha preferida é je ne sais quoi (eu não sei o que, na tradução literal). Uma elegância impossível de ser definida, mas facilmente identificada. A personagem Sylvie Grateau, no seriado Emily em Paris, traduz o que quero dizer. Não é somente roupa, acessório, jeito de andar ou de falar. É algo indizível.
Nós brasileiros temos o borogodó: uma alegria de viver, com pitada de humor e sensualidade. Tão impossível de descrever com precisão quanto qualquer das expressões acima.
Agora, imagine um lugar que exale borogodó e je ne sais quoi. É Saint Barth.
Pela segunda vez, estive na ilha francesa de apenas 27km2. O destino mais exclusivo do planeta, que ficou famoso quando os Rockefeller e os Vanderbilt trocaram Hamptons pelo Caribe.
Tudo muito seguro, já que não é fácil chegar a esse paraíso. A alta temporada é nos meses de dezembro e janeiro. Todo o jet set adora passar o Réveillon lá. Os brasileiros têm ido cada vez mais entre maio e julho. Para mim, a melhor época.
Há hotéis para todos os perfis, mas não todos os bolsos. Os mais concorridos: Eden Roc e Le Cheval Blanc. Para as famílias brasileiras, Le Barthélemy é o ideal. Para casais e grupos de amigos, o Tropical, a poucos metros do Nikki Beach, da baía de Saint Jean e do centro é o melhor endereço.
São 20 praias para todo tipo de atividade. E muitos restaurantes. No melhor estilo Saint Tropez. Vale a pena contratar um barco e passar o dia entre as praias mais desertas. Assim como visitar as piscinas naturais. Os beach clubs garantem o clima de celebração. Aficionados por compras devem preparar o cartão. As mais importantes grifes do planeta têm loja em Saint Barth com coleções exclusivas.
Mas, não se engane. Apesar de sofisticada, a ilha não é esnobe. Tudo é muito descontraído. Tão descontraído que você pode esbarrar com Paul Mc Cartney, Bono Vox ou Jennifer Lopes na calçada de um bar, sem seguranças. É muito borogodó para um destino só.
Ricardo Hida é diretor da Promonde.