- por Simone Galib
- fotos Belize Tourism Board
O pequeno país, na costa leste da América Central, é grande em surpresas: tem natureza exuberante, selvas tropicais, a segunda maior barreira de corais do mundo, miscigenação de cultura, ruínas maias e praias emolduradas pelo mar do Caribe!
Quem está procurando um roteiro nada convencional, pode apostar sem medo de errar: Belize. Ainda pouco conheci- do dos brasileiros, este país na costa leste da América Central tem praias incríveis (são 290 quilômetros de litoral) de areias branquinhas, selvas tropicais, sítios arqueológicos que impressionam e o mar azul cristalino do Caribe. Parece uma combinação perfeita, não? E é!
Belize, que tem pouco mais de 400 mil habitantes e tamanho de Sergipe – o menor estado brasileiro _, é o único país de língua inglesa (foi colonizado pelos britânicos) em meio a várias nações hispânicas do continente, embora o espanhol seja ali também falado. Oferece uma cultura miscigenada, com sons e cores vibrantes, gastronomia exótica e boa infraestrutura hoteleira, incluindo hotéis de selva. Além disso, é um destino considerado seguro para os viajantes – recebeu o selo Safe Travels do World Travel & Tourism Council (WTTC).
LEGADO MAIA
Os que acham que a cultura maia é privilégio do México, vão se surpreender em Belize: o país tem uma vasta herança dessa civilização ancestral que, segundo registros históricos, teria ali se estabelecido em 1.500 aC. Mas, foi entre os anos 250 e 900 dC que a população maia teria ultrapassado 1 milhão de pessoas. Hoje, muitos desses lugares, sob a tutela do Instituto de Arqueologia, estão abertos à visitação pública. E, não se surpreenda caso tenha como guia um maia dos tempos modernos. As famílias descendentes dos maias sempre ficam felizes em contar as histórias
de seus antepassados, passadas de gerações para gerações. Em muitas cidades ocorrem festivais, onde os visitantes podem inclusive conhecer a culinária maia.
Caracol, na reserva florestal de Chiquibul, é o maior sítio arqueológico maia do país e foi o lar de cerca de 15 mil pessoas, embora estima-se que até 115 mil possam ter morado em seus arredores. Ali está Caana, uma pirâmide de 43 metros, a estrutura mais alta feita pelo homem em Belize. Em seu interior, há ruínas de três templos e quatro palácios, além de reservatórios e um local de observação astronômica. Apesar de sua grandeza, vale lembrar que a maior parte do sítio ainda não foi escavada e há muito o que ser descoberto. As ruínas estão localizadas a cerca de 80 km de Belize City e agências de turismo locais oferecem o passeio. Não deixe de inclui-lo em seu roteiro.
O segundo sítio mais famoso é Altum Ha. Embora não seja tão grande, abriga algumas das ruínas mais bem-restauradas de Belize, sendo um dos mais procurados pelos turistas. Foi descoberto por arqueólogos em 1963 e durante as primeiras escavações, entre 1965 e 1970, encontraram um dos artefatos mais impactantes da herança maia: a Cabeça da Jade, uma escultura de um deus sol que pode ter sido o maior objeto esculpido em jade pela civilização. No sítio há ainda uma lagoa artificial que ainda hoje pode ser vista.
BELEZAS NATURAIS
A natureza faz a festa em Belize, onde há inúmeras cavernas para explorar o mar, inclusive em caiaques, e a rica fauna marinha. Des- taque para o Blue Hole, um fantástico anel de coral que circunda uma caverna, de 125 metros de profundidade, nas águas do Atol Lighthouse Reef. É o paraíso queridinho dos mergulhadores mundo afora. Para quem não mergulha, vale a vista de perder o fôlego capturada do alto. Há voos panorâmicos em alguns dias da semana para uma experiência totalmente instagramável.
A Barreira de Corais do país, classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO, é a maior de recifes vivos do Hemisfério Norte e a segunda maior do mundo (só perde para a da Austrália). E, para quem gosta de vida selvagem, o país tem mais de 500 espécies de aves, entre residentes e migratórias.
MELHORES PASSEIOS
Os roteiros começam necessariamente por Belize City, a maior cidade do país, com cerca de 61 mil habitantes, e endereço do aeroporto internacional. Muitos a confundem com a capital – já foi no passado. Após ser atingida por um furacão nos anos 1960, decidiu-se transferir o centro administrativo para Belmopan, uma cidade planejada no continente. Belize City é o ponto de partida para a maioria dos passeios.
San Pedro, na Ilha de Ambergris Caye, faz sucesso entre os visitantes que vão em busca de suas praias cheias de palmeiras e banhadas pelo mar azul turquesa do Caribe. Ao contrário de outras cidades, San Pedro tem carros e estradas, tornando mais fácil a circulação. Além disso, oferece boa infraestrutura, com vários hotéis e restaurantes. O acesso a essa pitoresca cidade pode ser feito em um voo regional, a partir de Belize City, em apenas 15 minutos. Uma opção mais econômica é o water taxi.
A partir de San Pedro, pode-se visitar outras ilhas, como Cayer Caulker, a 17 km. Leve a sério o slogan da pequena ilha – Go Slow (vá devagar) – para percorrê-la a pé ou em carrinhos de golfe. Como o mar é a grande atração ali (precisamos de outra?), as praias não têm faixas de areia, mas sim decks para um bom banho de mar. Se você for passar o dia, nada melhor do que curtir o pôr do sol, navegando pela costa em um barco caribenho, com muita música, bebidas e ceviche fresco. O passeio dura em média duas horas e pode ser comprado na ilha.
Placencia, uma pequena cidade no distrito de Stann Creek, tem como um de seus principais atrativos uma praia com grande faixa de areia – algo comum para nós, brasileiros, mas não em Belize e também em muitas regiões do Caribe. Um dos lados da península, cujo nome é o mesmo da cidade, é banhado pelo mar e o outro, por uma grande lagoa. Você escolhe se quer água doce ou salgada. Se puder aproveitar as duas, melhor ainda. Placencia é bem servida de hospedagens, restaurante e comércio. O acesso à península é feito de avião ou de ônibus a partir de Belize City.
Para curtir a natureza exuberante do país, um dos endereços é o Laughing Bird Caye National Park, um parque natural a 20 km da costa. Ele integra a Reserva da Barreira de Corais de Belize, protegida desde 1996, com várias espécies de animais e aves. Para chegar até lá, é preciso fazer um passeio de barco que dura o dia todo.
MINI GUIA DE VIAGEM
LOCALIZAÇÃO
Belize ca na costa leste da América Central e faz fronteira com o México e a Guatemala.
COMO CHEGAR
A partir do Brasil, a Copa Airlines disponibiliza dois voos semanais, as terças e sextas, com conexão no Panamá, onde é o hub da companhia. Quem preferir combinar a viagem com os Estados Unidos, pode contar com voos diários, via Miami e Dallas, com a American Airlines; por Houston com a United Airlines (alguns dias da semana opera voo a partir de Newark) e Atlanta com a Delta Airlines.
VISTO
Brasileiros não precisam de visto para entrar no país, caso a viagem seja a turismo por 30 dias. Devem apresentar passaporte válido e certificado de vacinação contra a febre amarela. Outros documentos que podem ser exigidos pela imigração é comprovante
das reservas de hospedagem, além das passagens aéreas – ou terrestres – de saída do país. Ao sair do país, você precisará pagar uma taxa de US$ 40 (via aérea) ou de US$ 20 (saídas terrestres e marítima).
MOEDA
A moeda o cial é o dólar belizenho, representada pelo símbolo BZD. Está atrelado ao dólar dos Estados Unidos. Ou seja, não há variação cambial entre ambas. É recomendável levar dólares em espécie porque são aceitos nos estabelecimentos comerciais da maioria das cidades turísticas e você não depende de caixas eletrônicos.
CLIMA
Faz calor durante todo o ano e o que diferencia as estações no pais são as chuvas. Portanto, a melhor época para visitar Belize é de dezembro a maio (meses mais secos). Entre junho e outubro, além de muita chuva, há a possibilidade de furacões.
BANHO DE NATUREZA
Quem gosta de adrenalina e aventuras, vai se divertir muito em San Ignacio, capital do distrito de Cayo, uma cidade histórica e muito próxima à selva tropical. Ela está conectada a sua cidade gêmea, Santa Elena, por uma ponte suspensa, a única do país.
Aproveite o tempo para explorar muito a natureza, como a Big Rock Falls, na Reserva Florestal Mountain Pine Ridge. O acesso à reserva deve ser feito na companhia de um guia local contratado na cidade. Em Pine Ridge, também está a Barton Greek, uma caverna que pode ser visitada com canoagem. Com sorte, em seu interior você pode ver esqueletos calcificados dos antigos maias.
MIX DE CULTURAS
O país é pequeno, mas bem miscigenado com várias etnias, incluindo descendentes dos maias, dos garifunas ( caribenhos, arhuacos e africanos ocidentais), mestiços e crioulos. Essa diversidade se reflete nas tradições, músicas, danças e na culinária típica. Por falar em comida, frutos do mar frescos, como caranguejos, camarões e peixes exóticos, são fartos por lá. Um dos pratos famosos da culinária garafunda é o Hudut, um ensopado de peixe com bolinhos de banana verde.
Além da gastronomia, essa cultura está muito presente no ritmo vibrante dos tambores da música popular local, chamada de punta e que embala vários festivais ao lon- go do ano. Em 2001, a UNESCO classificou a língua, a música e dança garifuna como uma das obras-primas do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade.
Sim, Belize é um destino muito especial!
NOVOS LAÇOS
O Conselho de Turismo de Belize já tem um representante na América Latina, a TM Americas, para divulgar o país. A expectativa é aumentar o uxo de visitantes latino-americanos, especialmente brasileiros, além de oferecer assistência aos agentes de viagens, operadores e viajantes em geral.
Queremos compartilhar as maravilhas de nosso país e proporcionar experiências autênticas que carão gravadas na memória de cada um”, diz o ministro do Turismo de Belize, Anthony Mahler.