
Viagens experimentais, como ano sabático, personalizadas, roteiros de transformação interna e experiências autênticas são as principais tendências do turismo.
Ter menos, viver mais!
por Bob Santos
Até há pouco tempo, a ostentação de carros e roupas caras era sinônimo de sucesso, os chamados “bons partidos”. Nos últimos anos, um novo conceito de realização e vida bem-sucedida tem se cristalizado na sociedade. Não é mais sobre ter, mas sobre viver as mais diversas experiências, profissional e pessoalmente. Hoje, com a economia colaborativa ativa no compartilhamento de quase todos os bens, nos deixando opções da não necessidade de possuir bens materiais, podemos até dizer que bom partido é aquele viajado, ou seja, que tenha vivido experiências. E não há nenhuma atividade mais alinhada com essa nova perspectiva do que o turismo. Tanto que uma pesquisa realizada com 17 mil pessoas por um site de busca e contratação de serviços turísticos presente em 70 países mostrou que 70% se dizem muito mais felizes quando viajam do que quando compram coisas para si.
O Euromonitor International, consultoria global de pesquisa e inteligência estratégica de mercado, também identificou que entre as tendências crescentes relacionadas ao turismo estão as viagens experimentais (como “ano sabático”) e maior demanda por viagens personalizadas, roteiros de transformação interna e experiências autênticas em harmonia com os valores e desejos do viajante.
No Ministério do Turismo temos a missão de fazer com que cada vez mais brasileiros possam realizar seus sonhos de consumo, no caso, viagens pelo Brasil. Mas muito mais do que um setor atrelado a momentos de lazer, o setor precisa ser visto como uma atividade econômica fundamental ao desenvolvimento do país.
A manutenção da pasta no cenário de enxugamento da máquina pública mostra o comprometimento do governo com a atividade que, apenas no Brasil, é responsável por 6,6 milhões de empregos diretos e indiretos. É também a confiança de que o setor reúne as condições necessárias para liderar um novo ciclo econômico no Brasil. Por todos esses motivos aceitei o desafio de assumir a nova Secretaria Nacional de Integração Interinstitucional que tem como tarefa promover a articulação da pasta com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal, do setor produtivo e do terceiro setor em projetos que contribuam para o fortalecimento do turismo nacional.
Por tratar-se de uma atividade transversal, o Turismo precisa estar integrado com as demais pastas com as quais possui relação. Queremos ainda aproveitar a economia criativa para estimular o setor e ampliar as experiências do turista, que inclui segurança. Além disso, as concessões dos parques nacionais só contribuem para que o turismo seja a mola propulsora da economia do país.