É preciso inserir no cardápio dos eventos corporativos, sempre tão básico, os novos conceitos da alimentação global.
Mercado Mice
por Rose de Almeida
Quase todo evento tem comida e bebida, pode reparar. É aquela palestra que começa logo cedo e inclui o welcome coffee para os convidados, ou um coffee break no intervalo entre uma atração e outra, os almoços depois de uma manhã dedicada à ampliação de conhecimentos, até os eventos onde o jantar é a coroação de um extenso dia de trabalho e que sempre ajuda a relaxar e incrementar o networking.
Ao longo da minha carreira como jornalista, editora e produtora de eventos, já vi e comi de tudo um pouco. Desde os famosos PJ (prato de jornalista), geralmente um filé ao molho madeira com champignon e batata sauté, até iguarias deliciosas em almoços temáticos com direito a ceviche peruano, tacos mexicanos ou degustação de risotos feitos na mais pura tradição italiana.
Contudo, tirando as vezes em que o alimento ou a bebida é o próprio destaque do evento, como no lançamento de uma marca de cerveja ou vinho, ou de um novo restaurante ou bufê onde o prato está a cargo de um chef famoso, quase sempre o cardápio dos eventos é bem basiquinho. E repetitivo.
Em uma época em que os hábitos alimentares estão mudando em escala global e os consumidores estão mais informados, exigentes e seletivos, é bom que os organizadores e produtores de eventos levem em consideração alguns ajustes na hora de planejar, não só a quantidade de alimentos, como também seu tipo e procedência, para proporcionar uma boa experiência a todos os participantes.
Veganos, vegetarianos e pessoas com intolerâncias ao glúten, lactose e outras restrições alimentares ou preferências podem estar entre os convidados que vão ficar sem comer, caso ninguém tenha se lembrado deles.
Para contribuir com uma reflexão sobre esse assunto e auxiliar os meeting planners a darem mais atenção aos alimentos e bebidas, tenho incluído no meu evento Mice Fórum uma palestra da entusiasta vegana Glória Miskolczy, que mantém o site BeeVegan, onde ensina conceitos de nutrição natural e aborda as tendências em alimentos e bebidas de origem não animal.
Além de dar um panorama geral sobre o crescimento do veganismo no mundo, na ordem de 1.400% nos últimos dez anos, a palestrante ainda destaca os destinos turísticos mundiais que estão preparados para receber esses grupos de viajantes, dando atenção ao tema da restrição alimentar.
Deu fome? Então aproveita e dá uma olhadinha em volta e preste atenção nos eventos de que participa e comprove que poucos têm opções de comidas saudáveis e alternativas que realmente contemplem todos os convidados.