
Vários países investem em turismo de negócios para movimentar a economia local e atrair um novo perfil de público comprador.
Mercado Mice
por Rose de Almeida
Vamos inovar mais?
Todo mundo gosta de viajar, mas nem todo mundo gosta de fazer e desfazer malas. Todo empresário quer saber quais são as tendências no seu setor, mas nem todos entendem que para isso é preciso investir na participação em feiras e eventos. Todos os profissionais sabem que eventos são momentos únicos para um intenso networking, mas muitos se limitam a conversar apenas com duas ou três pessoas que já conhecem. Todos gostamos de conhecer lugares novos, inusitados, mas poucos inovam na escolha do espaço ou do destino quando têm de organizar seus próprios eventos. Todos apreciamos viver experiências inesquecíveis, mas economizamos no budget ou não estamos dispostos a correr o menor risco diante de uma proposta inovadora ou disruptiva.
Além de ser uma ferramenta poderosa para a geração de negócios e de networking, quer momento de ativação mais verdadeiro que o apertar de mãos e o olho no olho promovido pelos relacionamentos em um evento? Quer memória mais agradável do que a de uma viagem inesquecível em grupo? Quer abrir horizontes mais valiosos do que visitando feiras em outros países ou cidades e conhecendo realidades distintas e tão próximas?
O segmento MICE (Meetings, Incentives, Conferences & Exhibitions) é tão importante para a economia, tanto das empresas como das cidades e países, que muitos destinos turísticos têm investido cada vez mais na promoção de suas estruturas e atrações locais, procurando atrair um público comprador muitas vezes acomodado e inseguro para experimentar coisas novas. Países como Peru, Curaçao e Panamá, entre outros, já elegeram 2018 como o ano para se posicionarem como destinos MICE. O México tomou a dianteira na América Latina por meio de um consistente trabalho de promoção e de cuidado com a sua marca e atributos de comunicação. Como resultado, comemora nos últimos oito anos um incremento de 35% na quantidade de eventos corporativos, número que ultrapassa a marca de 266 mil eventos anuais, atraindo mais de 29 milhões de participantes. No ranking da ICCA (Associação Internacional de Congressos e Convenções), já ocupa a 5a posição na América.
Entretanto, há muito que se desenvolver no setor de MICE, chamado também de turismo de negócios e eventos ou turismo de reuniões, principalmente porque ele pode significar o equilíbrio para a ocupação hoteleira, melhor negociação na contratação de serviços e giro econômico durante a baixa temporada em destinos que são tradicionais lugares para férias. Afinal, a estrutura da cidade está pronta, as equipes já treinadas para atender grupos e as atrações podem ser aproveitadas com calma, proporcionando ao viajante corporativo uma experiência diferente. Então, vamos conversar e inovar mais em MICE?