Essa região do Paraná, no sul do país, é conhecida pela hospitalidade, belezas naturais e seu poder industrial.
As maravilhas dos Campos Gerais
por Talita Figueiredo
Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná,cerca de 115 km de Curitiba, é composta por 19 municípios, cortada por uma das malhas rodoviárias mais importantes do pais; possui aeroporto que recebe voos comercias regulares oriundos de São Paulo, e uma malha ferroviária operante.
Referência em educação, encontra-se na maior bacia leiteira do sul do Brasil e é pioneira em desenvolvimento de tecnologia agrícola. Possui o maior parque industrial do interior do estado, com mais de 1.276 empresas, sendo os principais setores o metal mecânico, agroindustrial e madeireiro, onde encontramos Ambev, Tetra Pak, Madero, Bunge Alimentos, Heineken, entre outros. A cidade é conhecida como a “Princesa dos Campos” e “Capital cívica do Paraná”, seu principal atrativo natural é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa.
A grande diversidade étnica do estado deu origem a uma variedade de atrativos culturais com circuitos e roteiros turísticos, que são retratos da influência europeia e do ciclo do tropeirismo, com destaque para os roteiros Rota Holandesa, em Carambeí, Castro e Arapoti; a Rota eslavo Germânica, em Palmeira, e a Rota dos Tropeiros.
Basta seguir seus sentidos e descobrir os encantos de Campos Gerais com diversas opções de lugares e atividades, como cicloturismo em vales, campos, serras e florestas, espeleoturismo, caminhadas, rafting e atividades de ecoturismo.
Parque Estadual de Vila Velha
É o principal atrativo natural de Ponta Grossa. Esta conservação é composta por arenitos, formações rochosas que apresentam formas variadas, como a taça, o urso e o camelo, entre outras; as Furnas caracterizadas por grandes crateras com vegetação exuberante e água no seu interior, e a Lagoa Dourada que possui este nome porque as suas águas ficam com uma coloração dourada quando refletem a luz do sol ao entardecer.
Tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual em 1966, tem mais de 3 mil hectares e fauna, onde já foram encontradas muitas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, bugio-ruivo, tamanduá-bandeira, jaguatirica e aves como a águia-cinzenta, papagaio-de-peito-roxo, galito, caminheiro-grande e noivinha-de-rabo-preto. Também há quatis, gatos-do-mato, cachorros-do-mato, iraras, furão, catetos, veados, tatus, pica-paus, pombas, perdizes, tamanduás-bandeira e mirins e diversos tipos de aves.
Suas visitas são guiadas. Seu horário de funcionamento é das 8h30 às 17h30 hs, mas a entrada é permitida até as 15h30 e tem limite de visitação de 800 pessoas por dia.
Buraco do Padre
O Buraco do Padre foi batizado assim devido aos padres jesuítas utilizarem o local como refúgio para meditar. Tem imponente cascata de 30 metros de altura, originária do Rio Quebra Perna. Trata-se de uma espécie de anfiteatro subterrâneo onde deságua em uma majestosa furna. As estruturas se formaram pela circulação de água superficial nas rochas sedimentares ao longo dos anos. O lugar é belíssimo, e motivo de orgulho dos ponta grossenses.
O parque é de responsabilidade da empresa Águia Florestal. O acesso é fácil e a sua trilha principal foi recentemente revitalizada, permitindo que cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção cheguem à furna, está localizado na região de Itaiacoca, e o acesso é pela rodovia do Talco (PR 513) KM 14, por uma estrada não pavimentada.
Dentro do parque é possível andar pelas trilhas, sendo que a principal (que leva à cachoeira) é de fácil acesso e conta com passarelas nas áreas de maior dificuldade, possibilitando à chegada à boca da furna. Dar um mergulho ou tomar um banho de cachoeira na água gelada é essencial para sair de lá cheio de novas energias. Para completar o seu passeio, há churrasqueiras à disposição dos visitantes, onde é possível fazer um piquenique ou churrasco. A disponibilidade das churrasqueiras depende da chegada dos visitantes, não sendo necessário fazer reserva e nem pagar a mais por isso.
Também há dentro do parque o Café do Lobo, aberto aos finais de semana e feriados, que tem um cardápio que conta com bebidas, doces e salgados variados, além do famoso sanduíche de pernil e de sobremesa o Milkshake Cachoeira. Nas proximidades do parque encontram-se o Kaffee Loch e Adega Porto Brazos, onde o visitante pode apreciar boa comida e bebida.
O horário de funcionamento é de quinta a domingo e feriados das 9h às 17h.
Canyon e Cachoeira do Rio São Jorge
Localizado a 15 km do centro urbano, o acesso se dá pela rodovia Arichernes Gobbo. Considerada uma Unidade de Conservação Municipal, possui grande beleza, com diversas quedas d’água que se deslizam pelas rochas formando-se cachoeiras, e em um determinado ponto localiza-se a cachoeira principal, com cerca de 30 metros de altura.
O local possui também áreas de camping e paredões propícios à prática de rappel, que deve ser feito por uma empresa especializada. Existem sanitários masculinos e femininos no local e uma lanchonete, além de área para camping não delimitada e algumas trilhas.
O horário de funcionamento é das 8h às 20h.
Cascata da Mariquinha
A Cachoeira da Mariquinha está localizada a aproximadamente 30 km do centro da cidade. A trilha é ladeada por formações de arenito e capões de mata nativa. Aos pés da sua cascata de 30 metros de altura, forma-se um balneário de rara beleza. É um espaço para aqueles que buscam um contato harmonioso com a natureza, local ideal para acampamentos e caminhadas nas trilhas pela mata nativa da região. O acesso se dá pela Rodovia do Talco – PR 513, no Km 18.6.
O horário de funcionamento é das 8h às 20h. Possui área para camping.
Capão da Onça
O Capão da Onça é um balneário natural com cachoeiras, corredeiras e piscinas naturais, localizado na região de Itaiacoca, a 15 km do centro de Ponta Grossa. É considerado um local agradável para lazer e contato com a natureza. O acesso se dá pela Rodovia do Talco.
O horário de funcionamento é das 10h às 20h.
Igreja Matriz Catedral de Santana
Em 1823, Ponta Grossa torna-se Freguesia, daí então a necessidade de construir a capela para atender a Freguesia. O local escolhido foi o mais alto da cidade, para abrigar a imagem de Sant’Ana.
Em 1863 ela foi ampliada, mas em 1906 foi construída uma nova igreja pelo arquiteto italiano Nicolau Ferigoti, designer que chama a atenção pelo fato de a igreja ser vista de vários locais já que esta no alto da colina. Em 1978, foi iniciada a demolição da catedral e uma nova foi construída no mesmo local, possuindo um estilo mais moderno. Fica na Praça Marechal Floriano Peixoto – Centro.
Horário das missas: Segundas, quartas, quintas, sextas e sábados às 18h. Domingo às 9h, 11h e 19h.
Castro
A cidade de Castro também está localizada na região de Campos Gerais. Sua história inicia em 1704, foi a primeira vila elevada às margens do caminho do Viamão e foi o maior Centro Tropeiro do Paraná. O nome deve-se em homenagem ao português Martinho de Melo e Castro, secretário de Estado dos Negócios Ultramarinos da Coroa Portuguesa, que hoje seria uma espécie de ministro da Marinha.
Em 1885, a cidade recebeu imigrantes alemães, poloneses, holandeses e japoneses que posteriormente a transformaram em referência na produção agrícola e pecuária. É considerada uma das principais bacias leiteiras do Brasil, devido sua produtividade e qualidade genética, e a maior produtora de calcário agrícola da América Latina. Tem clima subtropical úmido, onde as temperaturas ficam em torno de 18° e 22° e possui rios que são indicados para a prática de rafting, destacando a escarpa direita do Canyon Guartelá com o rio Iapó, que está a 45 km de Ponta Grossa.
Castro dispõe de atrativos conhecidos nacionalmente, que retratam traços culturais muito ricos, que podem ser conhecidos em museus, casas de cultura, igrejas e em diversos casarões com arquitetura preservada, como o Museu do Tropeiro, o mais antigo da cidade, o único do gênero no país e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná. Há ainda a Casa da Sinhara com acervo que retrata a vida e cotidiano do tropeiro, o Casarão da Fazenda Capão Alto, ponto de partida para o desenvolvimento dos Campos Gerais, e o Moinho da Castroandia, marco da imigração holandesa, sendo o maior já construído fora da Holanda.
O prato típico da cidade, o Castropeiro, é uma homenagem a Castro e aos tropeiros. É feito com carne bovina e de porco, feijão tropeiro, quibebe, arroz, legumes, refogados e salada. Arroz doce, cocada e o doce de abóbora são as sobremesas típicas.
Carambeí
Localizada a cerca de 21 km de Ponta Grossa e a 140 km de Curitiba, sua história também está ligada à imigração holandesa. É um pedaço da Holanda no Brasil, uma das cidades mais jovens, mas com uma história centenária. Abriga o maior museu histórico a céu aberto do Brasil com cerca de 100 mil m2, com um belíssimo jardim de influência europeia do século 20. Em todas as estações do ano podem ser apreciadas essas belezas e edificações que acomodam o acervo da instituição, uma encantadora réplica do vilarejo que originou a cidade.
O Parque Histórico de Carambeí, criado há dez anos, é o principal atrativo turístico da região, e proporciona uma imersão na história por meio da Casa da Memória e Vila Histórica. Na entrada do parque há um estábulo em alvenaria, construído em 1946 e que pertenceu aos imigrantes, além de uma maquete da Colônia Carambehy e peças que compõem os acervos. Há também uma influência da Indonésia, pois aos holandeses chegaram a Carambeí vindos de lá.
Nos finais de semana e feriados é oferecido almoço típico, que mistura a exuberante e exótica gastronomia da Indonésia e complementa com as de origem neerlandesa, ou seja, é um bom convite para realizar uma verdadeira viagem cultural e gastronômica, que agrada a todos os tipos de turistas. Venha ver, sentir e viver Carambeí!
*Talita Figueiredo viajou a convite da Prefeitura de Ponta Grossa.