
O país africano é um ótimo roteiro para os que buscam destinos exóticos, animais selvagens em seu habitat e paisagens únicas de um dos desertos mais antigos do planeta!
Namíbia: uma grande aventura
Por Sabrina Saraiva
Já pensou em conhecer a Namíbia? O país africano, esculpido por dunas alaranjadas, cânions, platôs, árvores secas e retorcidas em contraste com o céu azul, abriga um dos desertos mais antigos do planeta. Além de impressionante beleza natural, tem boa diversidade cultural, atrações litorâneas e experiências únicas. Por isso, já entrou no roteiro de muitos viajantes estrangeiros e agora os brasileiros começam a descobri-lo. Possui a terceira menor densidade populacional do mundo e é considerado um dos países mais seguros para turistas na África.
O ambiente singular, com variedade de espécies de plantas e animais que sobrevivem e se adaptam aos diversos micro habitats em constante mudança, fez com que o Mar de Areia da Namíbia fosse eleito Patrimônio Mundial da Unesco, em 2013. A seguir, um roteiro com algumas das principais atrações desse destino de cenários espetaculares, perfeito para quem gosta de natureza, animais e turismo de aventura.

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Chegamos à reserva Erindi já no final da tarde e nos hospedamos em um lodge muito confortável e com boa gastronomia. Foi um dia longo, mas compensador, pois logo de cara nos deparamos com uma vista maravilhosa! No dia seguinte, às 6h30, partimos para o primeiro safári – ou game drive, como também é chamado – no Erindi Private Game Reserve – uma reserva protegida no centro do país.
Com área de 70 mil hectares, está situada a 40 km a leste da cidade de Omaruru, entre a Erongo Mountain Nature Conservancy e a Montanha Omatako. Ali é possível contemplar girafas, zebras, oryx (mamífero do mesmo grupo dos antílopes), rinoceronte e hipopótamos, entre outros animais.

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Conhecemos também um dos maiores e mais famosos parques da Namíbia, a Reserva Epacha, onde pernoitamos no Eagle Tended Lodge, que tem 16 espaçosas tendas. Cada uma delas foi construída em pedra natural, oferecendo um deck de madeira elevado para se apreciar a vista panorâmica da reserva.

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O desejo de ver mais de perto animais selvagens é um dos pontos altos de um roteiro pelo país africano. Uma dos melhores passeios é visitar o Parque Nacional Etocha, com área maior do que o estado de Sergipe, e que figura entre os cinco parques nacionais mais importantes da África, ranking que inclui as reservas Kruger, na África do Sul, e Serengeti, na Tanzânia. Mais de 200 mil pessoas o visitam anualmente, sendo a maioria espanhóis, alemães e ingleses. A quantidade de animais dentro dos limites da reserva de maior prestígio do país é alta: o lugar protege 114 espécies de mamíferos e 340 de aves. Vale o safári!
Contato com tribos

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Em toda a África ainda existem algumas tribos que respeitam e vivem de acordo com as tradições de seus antepassados. Uma das mais conhecidas é a tribo Himba, que tem aparência característica de cor avermelhada e que fica a caminho do parque Epacha. Ali é possível manter contato com crianças e mulheres, conhecendo um pouco sobre o seu modo de vida e vestimentas.
O que mais nos chamou a atenção foi o fato de as mulheres não tomarem banho com água. Elas fazem um ritual de defumação, não ficam com cheiro forte e são super preocupadas com a aparência. Foi uma experiência única entender outras formas de cultura.

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O Twyfelfontein Country Lodge, onde ficamos hospedados, está situado em uma região de Patrimônio Mundial da Unesco. A área é um ecossistema muito vulnerável e delicado, também conhecido por ser um dos melhores exemplos de San Rock – pinturas e gravuras da África Austral. Chegamos bem perto dos elefantes e do jeep pudemos observar os animais caminharem e se alimentarem. E ainda paramos para ver o pôr do sol no alto de uma montanha!

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No litoral
Chegamos em Swakopmund, cidade muito limpa, florida e organizada, onde é visível a herança da colonização alemã. É a principal do litoral da Namíbia e muitos sul-africanos têm casa de veraneio por lá. O comércio é de bom nível com artigos diferenciados e há bons restaurantes especializados em frutos do mar.

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Ficamos hospedados em uma guesthhouse (pousada) e conhecemos a cidade de bicicleta. Esse tipo de acomodação é muito comum na região em função do perfil de seus visitantes, a maioria europeus (alemães, britânicos, espanhóis, austríacos etc). Eles gostam muito porque dizem se sentir em casa e têm sempre a dona do estabelecimento para trocar histórias, experiências e dar muitas dicas locais.
Antes de partir rumo ao deserto, não poderíamos deixar de conhecer Walvis Bay e a lagoa Sandwich Harbour, uma das mais ricas e únicas da África Austral. As famosas wedged são as dunas que estão entre o mar e o deserto da Namíbia. Impossível dizer, sem ser redundante, que foi mágico, maravilhoso, emocionante.

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Fizemos uma escala no Vilarejo de Solitaire onde comemos torta de maçã, a mais famosa da Namíbia! A escala é ícone, pois fica simplesmente no meio do nada! Ou seja: não há nenhum tipo de estrutura a 200 km antes ou 100 km depois. Lá encontramos muitos carros antigos, o que mostra como a região já é visitada por muitas décadas. Seguindo viagem, fizemos uma parada rápida à beira da estrada para conhecer outra tribo, a Ereras, e ainda passamos pela linha do trópico de Capricórnio.
Dunas de deserto
O Sossusvlei Lodge, onde nos hospedamos, fica situado no portão de entrada para o Parque Nacional Namib Naukluft. É um lodge muito confortável, com um super visual integrado à paisagem do deserto. Foi o local perfeito para acabarmos nossa viagem: sossegado e com uma gastronomia maravilhosa, cuja especialidade são diversos tipos de carnes. O guia nos explicou que no país só se pode caçar para comer e, mesmo assim, alguns animais específicos. As carnes mais apreciadas foram a de oryx e do bringbox por serem macias e um pouco adocicadas.
Acordamos cedo para visitar o famoso deserto Sossusvlei, com as incríveis árvores pretas queimadas de Vlei e o cânion Sesriem. Era o nosso último passeio e deixamos para o final este parque, porque foi ele que nos inspirou a visitar a Namíbia. Considerado um dos mais antigos do planeta, o lugar traz a incrível sensação de que estamos imergindo em um mundo à parte.

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Suas dunas douradas gigantes podem ser visitadas no interior do parque nacional, que abre suas portas ao nascer do sol. Nessa hora, cores e contornos são realçados. Formas magníficas contrastam com o céu azul, árvores, que ficaram presas na argila há centenas de anos, hoje formam uma impressionante paisagem. Um deleite para quem gosta de fotografar.
Subimos a pé uma duna de 250 metros de altura e não foi nada fácil porque levamos quase uma hora para chegar ao topo, mas quando chegamos foi como entrar em um cenário de filme. Sentimos uma energia contagiante e renovadora, daquelas que lavam a alma e abastecem o coração. E assim terminamos essa aventura pela Namíbia, mas já com vontade de voltar. Saímos de lá com a promessa de visitar no próximo ano outro destino fascinante na África!
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Serviço
Como chegar – Não há voos diretos do Brasil para a Namíbia. A conexão é via África do Sul, pela South Africa ou Latam. Há também a possibilidade de fazer o trajeto com escala em Angola pela companhia aérea TAAG, uma das rotas mais procuradas. As três empresas oferecem voos saindo de São Paulo, com escala no Rio de Janeiro e em outras capitais brasileiras. O trajeto dura em média 14 horas.
Quando ir – A alta temporada acontece entre julho e outubro, melhores meses para observar os animais. A partir de maio, o clima também está mais agradável. A temperatura média anual é de 22ºC, mas o país tem clima semi desértico, ou seja, calor durante o dia e frio à noite. Entre dezembro e março faz muito calor. Mesmo no verão, não deixe de incluir na mala um casaco impermeável para os passeios de barco e sapatos bem confortáveis para as trilhas. A maioria dos lodges oferece piscinas para bons mergulhos, antes ou depois dos passeios.
Moeda – A moeda oficial é o dólar namibiano (NAD), cuja cotação segue a mesma do rand (ZAR), moeda da África do Sul. Deixe para trocar o dinheiro quando chegar ao país. O Aeroporto Internacional Hosea Kutako, em Windhoek, a capital da Namíbia, tem várias casas de câmbio, além de locadoras de veículos. É ainda ponto de partida para muitos safáris.
Compras – Os preços de comidas e produtos são parecidos com os do Brasil. No quesito lembrancinhas, as opções são o artesanato local, vários deles inspirados nos animais africanos. O país também é conhecido pelo comércio de pedras preciosas.
Língua – A língua oficial é o inglês, embora outras sejam faladas pelos moradores, como africâner ou dialetos das tribos. Outro detalhe interessante é que muitos moradores falam português porque têm origem angolana.
Vistos de fuso – Os brasileiros não precisam de visto, mas apenas de passaporte válido. A vacina contra a febre amarela é obrigatória para a entrada no país. O fuso horário na Namíbia é de quatro horas a mais em relação a Brasília. O horário de verão vai de setembro a abril.