Bolsa de viagens
por Fábio Steinberg
De volta às origens
A encomenda do mega navio Costa Smeralda, movido a GNL – finalmente um combustível não poluente! – traz outra notícia. Sinaliza a guinada radical na trajetória da Costa Cruzeiros em seus quase 70 anos. Junto com a expansão da frota para 16 navios, a companhia pretende resgatar sua italianidade. Ela andava sumida desde sua aquisição pela norte-americana Carnival.
Descaracterizada, tornou-se criatura híbrida, metade carnavalesca, metade italiana clássica. Agora, a decoração dos interiores promete retratar com maior rigor a cultura e o espírito do país somados à tradicional gastronomia. Navegando na mesma direção, a empresa anunciou uma nova marca que aparecerá em toda a frota. O design inclui uma versão estilizada da bandeira italiana tricolor. Ondulante, lembra o movimento dos ventos. Favoráveis, sopram em favor de bons tempos.
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Em um piscar de olhos
Uma tecnologia inovadora promete acabar com a chatice do processo de embarque nos aviões. Nada de apresentar cartão de embarque, passaporte ou documento de identidade. Literalmente, bastará um piscar de olhos. É o que propõe a verificação biométrica, desenvolvida pela empresa de tecnologia SITA e testada no aeroporto Logan, Boston.
Em um trabalho conjunto com a Jet Blue e o departamento americano de Alfândega e da Proteção de Fronteiras, o projeto consistiu no auto embarque por varredura biométrica através de câmera. Os resultados preliminares são animadores, e combinam segurança e aumento (justificado) na satisfação dos passageiros.
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Turismo online se expande
Com um movimento de R$ 30 bilhões em 2016, o mercado brasileiro de turismo online demonstra vitalidade. Com alta nos negócios de 73% desde 2012, convive com robusto crescimento médio de 15% ao ano. É o que aponta pesquisa da Ebit com a colaboração da Expedia. Foram consideradas as compras de passagens aéreas, reservas de hotéis, pacotes turísticos e outros serviços relacionados às Online Travel Agency (OTA).
O estudo indica ainda que a maior parte das transações não está associada a trabalho, que representa não mais que 13,4%. A pesquisa revela também o comportamento do consumidor nas reservas online. A maioria define primeiro o destino, seguido do voo, e por fim o hotel. Outra conclusão: apenas 12% comparam os preços de voos e hotéis antes das compras.
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Maconha a bordo
Aos poucos a maconha deixa a clandestinidade para ganhar status de mercadoria regular. A exemplo de vários países, o estado da Califórnia liberou a cannabis para uso recreativo. A partir de 2018, quem tem mais de 21 anos não precisa mais se sentir criminoso ao portar o produto. Isso criou uma situação inusitada para a segurança dos aeroportos californianos. Assim, trazer marijuana para o estado pode, mas levar dali para outro, não.
Para enfrentar a reação causada pela descriminalização, a fabricante Organa Brands foi muito arrojada na comunicação. Resolveu utilizar nada menos que as bandejas que são escaneadas com acessórios pessoais pela segurança para fazer um anúncio. Nelas, a mensagem “Cannabis é legalizada. Viajar com ela não é” lembra eventuais clientes a deixar a erva na Califórnia antes de embarcar para outro lugar.
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Hospitalidade em alta
Cingapura, na Ásia, é a cidade que melhor recebe os turistas. Essa foi a conclusão de um estudo patrocinado pela agência de viagens TravelBird. O lugar consegue combinar alto grau de satisfação do visitante, o melhor aeroporto do mundo e um excelente ecossistema de segurança.
Para chegar à conclusão foram avaliados 500 destinos, e considerados os fatores que fazem o turista internacional se sentir bem-vindo. Entre outros quesitos, o trabalho levou em conta a qualidade dos portos de entrada, satisfação dos cidadãos, capacidade de receber bem o viajante, segurança, e domínio da língua inglesa.
A segunda cidade mais bem cotada foi Estocolmo (Suécia), seguida de Helsinque (Finlândia), San Francisco (Califórnia) e Roterdã (Holanda).
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Uma nova geração de Hotéis
Na tentativa de acompanhar o comportamento dos millenials, a hotelaria corre atrás de novos formatos. Redes como a Accor criaram marcas despojadas como Ibis Styles e Jo & Joe. Movimento similar ocorre no Radisson com o RED – simplificação irreverente do nome da rede. Coube a Campinas inaugurar a primeira unidade no Brasil, terceira no mundo. Instalado no simpático bairro do Cambuí, o hotel abusa do estilo, linguajar e hábitos da nova geração.
A fórmula contempla muita interação e tecnologia, tão essenciais como instalações e serviços. Não são 185 apartamentos, mas estúdios com design arrojado. Ali, gerente geral é curadora, e colaboradores viraram criativos. O lobby se integra ao restaurante, que se confunde com a área de eventos, onde também rola um coworking. A chave do quarto é digital, no smartphone. E a comunicação, claro, é toda por aplicativo.
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Suíte para os cinco sentidos
O Sheraton Park Lane, em Londres, criou o primeiro quarto multissensorial do mundo. Nasceu de experiências científicas que demonstram como a manipulação dos sentidos amplia a satisfação dos hóspedes. O estudo descobriu que ouvir jazz suave e toalhas ultra felpudas promovem contentamento em 98% das pessoas. A cor verde descarrega tranquilidade, e 72% ficam mais felizes diante de imagens de flores. Champagne e frutas frescas lideram a liberação de endorfinas. Cheiro de oceano leva 79% a pensamentos edificantes, enquanto lavanda arranca sorrisos.
Essas conclusões foram devidamente canalizadas pelo hotel. Ao chegar, o hóspede escolhe entre as toalhas mais felpudas, e se prefere o quarto borrifado com aroma marinho ou lavanda. Lá, é recebido por espumante preferido ao som de jazz, tocado em vitrola vintage.
Segue-se atenções mis, algumas que até viraram commodity em hotéis de luxo. Vai de menus e drinks exclusivos a mordomos que cuidam das malas e preparam banho, entre outras amenidades.
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Fome antecipada
Comer fora mais cedo pode custar metade do preço. Com esta proposta, o aplicativo Primeira Mesa já atua em 800 restaurantes de 25 cidades brasileiras. Este é um processo ganha-ganha, típico da economia colaborativa. O freguês não enfrenta filas, é melhor atendido e paga menos. Os estabelecimentos lucram com a frequência em horários ociosos.
A ideia surgiu quando o casal Léo Cuófano e Talyta Vecina resolveu trazer para o Brasil a prática internacional do Early Bird. Trata-se da redução dos preços nos restaurantes em horários pré-determinados. Para garantir os benefícios, o usuário faz reserva pelo aplicativo e paga um valor que varia de R$ 5 a R$ 18, conforme o número de pessoas. Com 50 mil usuários, o Primeira Mesa processa 3 mil reservas por mês, e quer se expandir pelo país.