
• por Isabel Liberalquino
Dance, ore, cante, ouça músicas clássicas, viaje para lugares paradisíacos, faça uma imersão
na floresta. A grandeza da jornada humana está nas diversas oportunidades que surgem a cada dia. Nascer em si mesmo é aprender a morrer no que não gera mais frutos!
Em nossa extraordinária experiência de vida, somos constantemente levados a experimentar o luto nas diversas formas, valores, conceitos etc. Ora, sofremos a perda de alguém querido, ora o final de um relacionamento, de um trabalho, de um animal de estimação.
Mas, como, de fato, nos sentimos e nos comportamos diante de tais acontecimentos? Diante de uma perda por morte, devemos enfrentar com clareza e maturidade a transitoriedade de tudo, principalmente na jornada humana. O sofrimento se manifesta de várias maneiras: por meio do físico, do psicológico, do biológico, do espiritual, do emocional. É uma experiência de morrer, de nascer e despertar para o novo, do qual ainda não se tem clareza.
Para a nossa alma não há começo, meio e fim, e sim um sentido de continuidade evolutiva que nos ajuda diante dessa visão: melhorar-nos todos os dias. Assim, nossa colheita será de acordo como a plantamos na natureza da vida e do Universo nesse estado do presente.
Porém, e quando se trata do final de um relacionamento? Da morte de alguém que ainda está vivo? Como nos comportamos diante desse vazio? Não tente preenchê-lo imediatamente, pois tudo vai depender de um processo de maturidade e crescimento para se deixar transformar em consciência.
Estamos sendo bombardeados com ideais relâmpagos, de reformas e construções de lugares, cenários e novelas. E tudo isso influencia o nosso inconsciente e subconsciente; muitas vezes queremos que tudo aconteça como no mundo virtual.
CURANDO AS DORES
Em nossas vidas internas, não acontece assim. A natureza não dá saltos, ela respeita o desenvolvimento, tanto no ser humano, como em outros reinos, a construção do processo e a dissolução dele. Precisamos caminhar, transmutando os padrões do passado e permitindo nos sentir no espaço do agora, a verdadeira natureza de si mesmo, e ir avançado em busca de caminhos que levem a mente e o corpo a outras descobertas. Para isso, procure queimar todas as lembranças na forma de imagens, mensagens, redes sociais, lugares frequentados no passado. Se afaste.
Não procure falar com a pessoa que você acabou de se separar, não vá atrás, não busque saber como está, onde está ou com quem está. Mas, sim ocupar sua vida no agora, preenchendo-a com atividades que despertem valores nobres e virtuosos, alegre-se com novos amigos e se surpreenda com você mesmo. Se o choro vier, chore. Mas não se afogue; nade, mergulhe e flutue. Surfa!
A alegria está dentro de você, aquele que partiu não levou sua fé, sua inteligência, sua vida. Você continua respirando e conectada com a luz divina. Você é parte desse Ser supremo. Agarre-se à vida, solte o corpo do sofrimento, porque ele só existe porque se apegou e se agarrou a ele. Solte tudo, como solta a respiração. Se quiser segurá-la por muito tempo, morre asfixiado. A dor não pode ficar contida, ela precisa ser transmutada.
Acredite nas manobras do destino, mas não se acovarde diante dos desafios. Se a perda foi de um emprego, uma porta se fechou para outras se abrirem, para evolução e aprendizados.
TUDO PASSA
Dance, ore, cante, ouça músicas clássicas, viaje para lugares paradisíacos, montanhas, faça uma grande imersão na floresta, faça rituais de amor, escreva. Pode até escrever para quem partiu, expressando tudo o que não foi dito, que ficou sem concluir, mas não esqueça de queimar o papel e soltar na luz infinita. Desengasgue.
Você é uma alma imortal. E, como dizia o mestre H.H.Swami Sivanadaji Maharaj, tudo vai passar, se você deixar ir. A grandeza dessa jornada humana está nas diversas oportunidades que surgem a cada dia, em diferentes possibilidades.
Todos os dias são uma iniciação. Dê espaço para o luto se dissolver, sem esquecer que esse espaço vazio deve ser preenchido pela vida e não pela morte! Não sinta pena de si mesmo. A extraordinária maneira de aceitar as perdas e o vazio é deixar que a deslumbrante criação se manifeste e a expansão da consciência se amplie, alterando toda a frequência e vibrações, dentro e fora.
E quando você menos esperar, respire, abra seus braços, olhe para o céu, descobrindo que novamente sua vida está começando. Nascer em si mesmo é aprender a morrer no que não gera mais fruto. Aceitar que o ciclo acabou para si e para o outro. A gratidão à vida é aceitar tudo no agora. E esse agora é infinito, além da Terrana mais perfeita dança da criação.
Seja um gigante com pés de chumbo e não de barro. Resista ao sofrimento, mas não exalte a dor. Espalhe o amor, por onde for. Boa viagem para dentro e fora de si mesmo. Abrace o planeta.
Com sucesso e louvor!
Isabel Liberalquino é astróloga, taróloga cabalista, ioguini e co-fundadora do Mahasanghayoga. magabel19@gmail.com