
A mágica dos wearable stickers que monitoram sua saúde em tempo real.
Doutor adesivo
por Flavio Ferrari*
De um modo geral, ninguém gosta de ir ao médico. Ainda que tenhamos um bom plano de saúde ou dinheiro suficiente para não se preocupar com o preço da consulta, ir ao médico dá trabalho e nem sempre é um programa agradável. Se você depende do serviço público de saúde, menos ainda.
Por isso, apesar do esforço para motivar as pessoas a visitarem médicos e fazerem exames preventivamente, a adesão a esses cuidados ainda é muito baixa.
Mas, por falar em adesão, a Universidade de Purdue, em Indiana, nos Estados Unidos, desenvolveu com o auxílio das novas tecnologias de monitoramento, dispositivos vestíveis (wearables) que devem transformar o cenário da medicina, particularmente a preventiva.
A tecnologia aplicada ao monitoramento vem sendo adotada pelas indústrias como um caminho para a automatização dos processos produtivos. Sensores conectados aos equipamentos das linhas de produção monitoram seu desempenho e transmitem, via Internet, a informação para centrais de controle de onde partem, automaticamente, instruções para as máquinas. Você deve conhecer isso como a Internet das Coisas (ou IoT, na abreviação em inglês) e Indústria 4.0.
Os cientistas da Purdue University aplicaram essa ideia ao monitoramento dos sinais vitais das pessoas. O que antes só poderia ser feito num consultório médico ou num laboratório clínico, agora pode ser realizado com um pequeno adesivo (wearable stiker) que funciona como um sensor de seus sinais vitais, que são captados e interpretados por um aplicativo no seu smartphone.
Caso os indicadores apontem para alguma anormalidade, o aplicativo o avisa e você pode enviar a informação imediatamente para seu médico ou para seu serviço de diagnóstico (um modelo de negócio que ainda não existe, mas que os laboratórios médicos e hospitais de ponta já devem estar desenvolvendo).
O mais interessante é que a tecnologia utilizada (adesivos de celulose e aplicativos para celular) é tão acessível que até mesmo os serviços públicos de saúde poderão adotá-la.
Isso significa a democratização do cuidado com a saúde, uma economia gigantesca para o sistema e novas oportunidades de negócio no setor.
*Flavio Ferrari é consultor, palestrante para comunicação, inovação e transformação digital, e sócio da UNIT34|SocialData.