Bolsa de viagens
por Fabio Steinberg
Viagens a negócios afetam millennials
Os jovens profissionais não estão imunes ao estresse das viagens a negócios. Se por um lado embarcar a serviço simboliza status no universo corporativo, por outro representa grande sacrifício pessoal. Pesquisa da cadeia de hotéis Hilton com profissionais entre 23 e 35 anos concluiu que 53% adoram viagens a trabalho. No entanto, um em cada três reclama de estresse e 38% de não curtirem o fim de semana na véspera do embarque.
A maior preocupação é com a saúde: 44% lamentam ter ganho peso e 58%, do sacrifício em sono e ausência de um estilo de vida mais saudável. Em relação às despesas durante o trajeto, 43% admitem que se confundem entre o que é ou não permitido gastar. Já 74% disseram que um dos incentivos para viajar a trabalho são as milhas acumuladas em hotéis ou companhias aéreas. E mais: 41% afirmaram que esses percursos fora de casa afetam a vida amorosa, enquanto 39% dizem detestar dividir quartos.
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Lufthansa: mais poder aos passageiros
Como evitar o stress diante de inevitáveis atrasos ou cancelamentos de voos? Nada pior que o tumulto no balcão da empresa no aeroporto, onde ninguém parece se entender. Para minimizar, a Lufthansa pretende dar ao passageiro mais poder e meios para solucionar o impasse. O novo conceito se divide em três etapas. A primeira é criar empatia diante do incidente, e explicar o que ocorre de forma transparente. A segunda é criar soluções e disponibilizar opções. A terceira é viabilizar mudanças através de autosserviço.
Um exemplo é usar o Messenger e ferramentas da internet para remarcar voos, emitir cartões de embarque, e até reservar hotel se tiver direito. O mesmo serve para reclamar através do smartphone sobre bagagem extraviada. Ou ainda, em caso de atrasos, receber um voucher por e-mail para refeição no aeroporto. A filosofia se aplica a passageiros em voo, que poderão antecipar soluções antes da aterrisagem.
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SeaWorld: adeus, baleia?
A impiedosa caça aos exploradores de animais em cativeiro continua a somar vitórias. A mais recente veio da poderosa agência britânica de viagens Thomas Cook. Preocupada com o bem-estar das baleias orcas, anunciou que não vai mais vender viagens ao Seaworld. A decisão veio depois de pesquisa junto a cientistas e público consumidor.
Não adiantaram fortes argumentos do parque norte-americano, como a reconhecida missão educacional e de proteção dos animais. Nem mesmo ajudou o fato de liderar programas de resgate e reabilitação de animais doentes, órfãos, ou feridos, devolvidos à vida selvagem. Sinal dos novos tempos. A empresa, que sempre arrancou aplausos pelas piruetas de shows com seus animais aquáticos adestrados, agora colhe vaias ecológicas.
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Torre de Miroku: o Japão no Brasil
Construída em madeira, sem pregos ou parafusos, surgiu uma monumental torre de 32 metros às margens da represa Billings, em Ribeirão Pires, São Paulo. Trata-se da réplica do Templo Horyu-Ji, no Japão, considerado patrimônio mundial pela Unesco. O complexo, cercado pela Mata Atlântica, ganhou o nome de Torre de Miroku. Aberta ao público para meditação e para divulgar cultos da Igreja Messiânica, ela começou a ser edificada há 12 anos.
Neste complexo que já nasce como atração turística, tudo é majestoso. Começa pelas 400 toneladas de madeiras sustentadas por uma técnica milenar de encaixe intercalado com concreto. Os cinco telhados são cobertos por 15 mil telhas esmaltadas em ouro líquido. No interior, há uma escultura de 8 metros e 4 toneladas que simboliza a divindade Kannon. Os vitrais foram feitos com cristais de Murano. O acesso à torre é por embarcação para até 80 passageiros, e ingressos saem a R$ 55,00 por pessoa.
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Turismo toma-cá-dá-lá
Na mesma vertente do turismo da experiência, transformacional, e saúde e bem-estar, surge nova modalidade. Trata-se do Turismo de Propósito. Sua meta é promover o desenvolvimento pessoal e inspiracional através da troca de habilidades por acomodação e comida. Isso é materializado por plataformas como a Worldpackers, que conecta viajantes com anfitriões. Operando em mais de 170 países, já conta com mais de 4 mil anfitriões de hostels, hotéis, pousadas, ONGs e casas de família interessadas na permuta por atividades.
Elas podem ser da produção de conteúdo de marketing, cuidados com crianças e animais, voluntariado, recepção de hóspedes, cozinha, organização de eventos, até ensino de idiomas. Já há mais de um milhão de viajantes cadastrados. Só na primeira metade de 2018 mais de 5 mil pessoas usaram a plataforma para viajar para Brasil, Portugal, Espanha, Argentina e Chile, entre outros países.
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Tours compartilhados
Depois do sucesso, todos querem ser Airbnb de alguma atividade. Uma delas é a startup espanhola GuruWalk, especializada em tours caminháveis. Sua proposta é permitir a qualquer pessoa se tornar guia turístico onde vive. Sem preço fixo e com base em gorjetas, o processo permite ao turista conhecer um lugar e cultura local sem gastar quase nada. “Muita gente conhece profundamente sua cidade, e quer compartilhar a paixão.
Mas nem sempre tem recursos para se conectar com viajantes”, explica Juan Castillo, fundador da empresa. A ideia deu tão certo que já há mil tipos de tours em 60 países, e a cada semana mais 40 itinerários são agregados. Cobrem todos os temas, desde gastronomia até história, esportes, vida noturna ou arquitetura, entre outros. São bons exemplos as rotas Harry Potter em Londres, cerveja artesanal em Viena, Pablo Escobar em Medellín, ou Game of Thrones, em Dubrovnik.
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O voo dos bichos!
Diante do nicho altamente lucrativo de embarcar bichinhos ao lado dos donos, as companhias aéreas não resistiram. Animais domésticos, como cães e gatos até 10 quilos, antes relegados aos porões, agora se tornaram passageiros regulares nas cabines dos aviões. Eventuais efeitos colaterais, como latidos e miados, mau cheiro, ou alergias, foram minimizados por regras civilizadas. Como exigir transporte em caixas, troca de assentos para passageiros incomodados, ou limitar o número de animais.
Obviamente isto não sai de graça; basta consultar a tabela de preços para confirmar. O maior problema é determinar até onde o conceito de animal doméstico se estende. Em companhias aéreas mais complacentes, há registros bizarros de que já voaram ao lado de passageiros coelhos, porcos, cabras, aranhas, galinhas, gansos, perus, lagostas, perus e até pinguins.
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Quais os países mais amigáveis do mundo?
Todo turista percebe: há lugares que recebem melhor os visitantes que outros. Um estudo realizado em 67 países pela InterNations concluiu que em geral os moradores de países ao sul do Equador são mais amáveis que os localizados ao norte. Na categoria simpatia levaram o troféu, pela ordem, Taiwan, Uganda, Costa Rica, México e Colômbia. Já no lado oposto, demonstram grande frieza com estrangeiros Noruega, Suíça e República Tcheca.
Coincidência ou não, parece que onde faz mais frio é justamente onde há menos calor humano. Numa avaliação inversa, os anfitriões reconhecem nos japoneses os turistas mais educados e bem comportados. Isso em oposição aos norte-americanos, geralmente percebidos como desagradáveis. Preconceito ou realidade?