
Inaugurado há pouco mais de dois meses, o Palácio Tangará é um marco na hotelaria de luxo de São Paulo e já ocupa o ranking do cenário mais disputado para eventos corporativos e sociais da metrópole.
Oásis urbano 6 estrelas
por Simone Galib
Em meio a um dos períodos mais difíceis da economia do país, a hotelaria de luxo de São Paulo ganhou um belo up grade, ou seja, o Palácio Tangará, empreendimento diferente de tudo o que a cidade – aliás, muito bem servida nesse segmento – já possuía. A começar pela localização: o elegante prédio de fachada clássica fica dentro do parque Burle Marx, cujos jardins foram projetados pelo famoso paisagista brasileiro Roberto Burle Marx, no bairro do Panamby, zona sul da capital.
De um lado estão os edifícios de alto padrão e de outro, o parque com exuberante vegetação, inúmeros pássaros, enorme variedade de borboletas e aquele cheiro bom de mato difícil de sentir na metrópole. Em determinadas áreas externas fica realmente difícil saber onde começa o parque e termina o hotel. Tanto que algumas “divisórias” foram feitas somente por uma tela para dar equilíbrio a essa integração natural. Outro detalhe interessante é que os hóspedes podem também utilizar o parque para caminhadas ou simplesmente respirar ar puro. A sensação no Tangará é de que você está realmente fora da cidade, desfrutando de bons momentos em algum resort no interior.
Mas não é apenas pelo endereço privilegiado que o hotel, em pouco mais de dois meses de operação, já virou palco de eventos corporativos (principalmente promovidos por multinacionais), festas elegantes da cidade e a sua agenda para os próximos meses está bastante disputada. O salão principal, ideal para grandes festas, tem capacidade para 500 convidados e é circundado por enormes janelas com terraços e vista para a floresta tropical urbana. É o lugar do momento para ver e ser visto. Afinal, o empreendimento aterrissou no Brasil com muita expertise em hospitalidade e a assinatura da Oetker Collection, que administra alguns dos hotéis mais sofisticados da Europa, está acostumada a receber hóspedes ilustres e é sinônimo de serviços impecáveis, alta gastronomia e luxo (leia box à pág.xx).

Foto: Divulgação
O projeto do hotel nasceu em 1998. Foram três anos de construção e depois as obras acabaram paralisadas. Em 2013, foram retomadas e decorreram quatro anos até a recente conclusão. No total, foram 15 anos de espera (a partir do início) para que surgisse na capital paulista o Palácio Tangará. A Oetker Collection tem um contrato de 25 anos com um fundo de investimentos norte-americano para administrar o hotel.
Em uma de suas recentes visitas a São Paulo, Frank Marrenbach, CEO da Oetker, disse que o Tangará – o nome foi inspirado em um pássaro da Amazônia – é um marco importante para a maior cidade da América Latina e centro financeiro do país. Como o mercado de luxo funciona a longo prazo, os executivos da marca hoteleira se mostram confiantes no potencial e na recuperação da economia do Brasil.

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Experiência no mercado de luxo
A Oetker Collection é uma rede europeia, que administra alguns dos hotéis mais sofisticados ao redor do mundo, como o icônico Le Bistrol, em Paris, e o aristocrático The Lanesborough, uma construção do século 19, quase dentro do Hyde Park, no coração de Londres, e que foi totalmente reformado. Também levam a sua assinatura o Hotel Du Cap-Eden, em Cabo de Antibes, no sul da França, o Eden Roch, em St Barth, no Caribe, e o Palais Namaskar, um luxuoso palácio árabe em estilo contemporâneo na cidade de Marrakech, no Marrocos, entre outras propriedades tão luxuosas quanto. Em 2018, a Oetker vai lançar o seu primeiro hotel em Nova York.

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Boa recepção
Os paulistanos estão sendo muito receptivos e o Tangará em pouco tempo entrou para o eclético roteiro de lazer da cidade. Tanto que hoje a maioria das reservas é feita mais para os finais de semana. “Nós, hoteleiros, sempre divulgamos mal São Paulo como um destino de lazer. Porém, a cidade tem uma variedade cultural, gastronômica e de compras que poucas no mundo oferecem”, afirma Celso David do Valle, diretor-geral do hotel. Para ele, o Tangará já está mudando esse conceito. “É como viajar sem precisar pegar estrada. Até mesmo os executivos fazem durante a semana reuniões de negócios, ou almoços, no terraço sob a luz natural, o que traz mais leveza”, acrescenta.
Outro fator interessante é que os próprios vizinhos de bairro passaram a frequentar o hotel aos sábados e domingos, a lazer. Tanto que o Tangará acaba de lançar o SOU (Seu Oásis Urbano), para fidelizar os clientes, oferecendo descontos e benefícios dados aos hóspedes (veja box à pág.xx). Com 141 espaçosos apartamentos, 59 suítes – todas voltadas para o parque – e diárias a partir de R$ 1,2 mil, o hotel oferece luxo sem ostentação. É contemporâneo, elegante nos mínimos detalhes, e também atua como uma vitrine do que há de melhor na cultura brasileira. Da decoração dos apartamentos e suítes, passando pelo design dos móveis, pelas obras de arte do lobby, do restaurante e pelos produtos vendidos na butique, tudo é originalmente made in Brazil.

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No staff ocorre o mesmo. “O único europeu do hotel, o chefe de cozinha, está no Brasil há 16 anos”, diz Celso do Valle. Ele conta que foram contratados vários brasileiros que estavam trabalhando na Ásia, nos Estados Unidos e na Europa que voltaram à pátria de origem para trabalhar no seis estrelas. E a concorrência foi grande. “Recebemos mais de 7 mil currículos para selecionarmos 300 profissionais”, acrescenta.
No quesito hospitalidade, a fórmula adotada pela marca para interagir no país tropical foi adotar “a espontaneidade de receber dos brasileiros utilizando a tradição europeia”, diz o diretor. Está funcionando. Um dos pontos altos do Palácio Tangará (a exemplo dos demais hotéis da marca) é a gastronomia. Ela está sob o comando do estrelado chef francês Jean-Georges Vongerichten, cujo nome batiza cardápios de restaurantes em praticamente todos os continentes. Assim, o hotel tem o seu restaurante gourmet, mesa do chef, sala privativa para almoço ou jantar, adega e dois bares – um no lounge e outro interno, todos com terraços. Oferece ainda o chá das cinco, que vem movimentando o seu salão à tarde.
Segundo a direção do hotel, a gastronomia conquistou rapidamente vida própria. E a partir das quintas-feiras, os restaurantes e bares ficam lotados – outro conceito diferente na hotelaria da cidade, onde a maioria dos restaurantes de hotéis costuma ser frequentada apenas por hóspedes. Tanto que já está sendo lançada (em apenas dois meses de funcionamento) uma nova versão do cardápio. O chef Jean-Georges, que veio ao Brasil para treinar a equipe, ficou muito empolgado com a fartura e a qualidade dos produtos nacionais. “Ele parecia uma criança no Mercado da Cantareira, o Mercadão”, conta Mello. O menu foi adaptado ao paladar do brasileiro com pitadas da cozinha asiática.

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Um clube para chamar de seu
O Palácio Tangará acaba de lançar o SOU (Seu Oásis Urbano) para fidelizar os clientes, oferecendo aos não hóspedes descontos e benefícios. Nesta primeira fase, o produto será para 100 convidados. Os associados terão acesso às áreas de lazer e gastronomia, à piscina e à academia. Eles ganham ainda 10% de desconto nos tratamentos do spa e 10% nas refeições dos bares e restaurantes (exceto alcoólicas), em uma mesa de até no máximo quatro pessoas. O mesmo desconto é dado para as reservas das suítes e os dependentes dos associados até 12 anos podem utilizar o Kid ́s Club.
Para pertencer a esse seleto clube, os valores são de R$ 18 mil (individual) e R$ 24 mil (casal). Dependentes, entre 12 e 17 anos, custam R$ 6 mil cada um.
Para relaxar
A área de lazer também faz sucesso. São duas piscinas semi-olímpicas – uma interna aquecida, com fundo de mármore e uso inteligente de luz natural, e outra externa, com o pássaro Tangará gravado no fundo. O Flora Spa by Sisley segue o mesmo conceito de elegância: são seis salas de tratamento com cosméticos e produtos da estrelada marca francesa e uma fonte deliciosa para relaxar a mente. Há ainda academia, com equipamentos europeus de última geração, e o Kid`s Club para os pequenos. Não é mesmo um oásis urbano?